Brasão de
Armas do Concelho de Câmara de Lobos
O brasão de
armas do concelho de Câmara de Lobos é constituído por um escudo de
azul, âncora de ouro entre dois lobos marinhos de sua cor, afrontados.
Coroa mural de prata de cinco torres. Listel branco, com a legenda a
negro: "CÂMARA DE LOBOS"; Bandeira — gironada de oito peças de
amarelo e azul. Cordão de borlas de ouro e azul. Haste e lança de
ouro; Selo — nos termos da lei com a legenda "Câmara Municipal
de Câmara de Lobos".
Sendo o
brasão de armas um dos elementos de maior significado em termos de
simbolismo de um município, é curioso verificar que os responsáveis
pelos destinos do concelho de Câmara de Lobos, só na década de 40, é
que lhe dão o devido significado e curiosamente não por sua
iniciativa, mas perante a solicitação dos organizadores da exposição
sobre o Mundo Português.
Ainda que desconheçamos a partir de
que data terá surgido o primeiro brasão de armas do concelho de Câmara
de Lobos, e apesar de julgarmos que ele possa ter surgido em data
próxima à da criação do concelho, a sua mais antiga versão conhecida,
e que a tradição diz ter sido inspirada numa velha peça de tapeçaria
[1],
surge pintada, em 1921, no tecto do antigo salão do Seminário da
Encarnação, primitivamente convento do mesmo nome e pela primeira vez
reproduzido na imprensa, em 1930
[2],
[3],
ilustrando uma reportagem sobre o concelho de Câmara de Lobos. De
acordo com a descrição que o acompanhava na edição de 1930, ele era
constituído por dois lobos marinhos, entre os quais existe um escudo
com os castelos e o escudete com as quinas de Portugal
[4].
Em 1940, a quando da exposição do
Mundo Português, dada a necessidade de executar uma bandeira do
município para nela figurar, os seus organizadores terão sido
provavelmente confrontados com a ausência de informação adequada tanto
relativamente a ela como ao brasão, razão pela qual a Procuradoria
Geral dos Municípios se terá comprometido a estudar a sua elaboração
[5].
Com efeito, em Janeiro de 1940, a
Procuradoria Geral dos Municípios solicita à Câmara Municipal de
Câmara de Lobos, a cópia do parecer da constituição heráldica da sua
bandeira, em virtude e o terem extraviado, pedido que a Câmara não
pode satisfazer porque também não o possuía
[6].
Perante este facto, no mês
seguinte, a Procuradoria Geral dos Municípios informa que o Comendador
Afonso d’Ornelas iria estudar a constituição heráldica das armas do
concelho de Câmara de Lobos
[7].
Em Março de 1940, a Procuradoria
Geral dos Municípios provavelmente por não ter presente o seu
compromisso assumido anteriormente, ou então porque se voltou a
extraviar, solicita à Câmara Municipal de Câmara de Lobos, o envio do
parecer para a execução da bandeira destinada à exposição do Mundo
Português, ao que a Câmara Municipal de Câmara de Lobos, responde não
o poder devolver porque ainda não o havia recebido
[8].
O processo
entretanto ter-se-á arrastado e só na sua sessão camarária do dia 6 de
Setembro de 1944, é que a Câmara Municipal de Câmara de Lobos aprova a
heráldica do Município, não sem antes de ter sido dado parecer
favorável por parte da Associação dos Arqueólogos Portugueses,
mediante estudo efectuado pelo Conde de São Paio, que para o efeito
teria sido nomeado pela Comissão de Heráldica.
Cerca de quatro anos depois a
Câmara pede à imprensa municipalista a feitura do estandarte, que
chega ao Funchal em Março de 1949
[9].
Contudo, apesar de, desde 1949, a
Câmara Municipal de Câmara de Lobos, ser detentora do seu estandarte
dotado do respectivo brasão de armas e de, em 1952, surgir publicado
na imprensa a propósito de uma reportagem sobre o concelho
[10],
a aprovação ministerial do brasão de armas só aconteceria mais tarde,
vindo a ser publicada no Diário do Governo nº 3, II Série de 4 de
Janeiro de 1957, nos seguintes termos: armas — De azul, com uma
âncora de ouro entre dois lobos-marinhos de sua cor afrontados, postos
em pala. Coroa mural de prata de quatro torres; bandeira — De
amarelo, com 1 m2, tendo no centro o escudo das armas, encimado pela
coroa mural. Cordões e borlas de ouro azul. Haste e lança douradas.
Listel branco com as palavras “Câmara de Lobos”, em letras de negro.
Selo: Redondo, tendo no centro a âncora entre dois lobos-marinhos
afrontados, e em volta a legenda “Câmara Municipal de Câmara de
Lobos”.
Posteriormente,
com a elevação, a 3 de Agosto de 1996, da sede do concelho à categoria
de cidade, novas alterações heráldicas têm lugar, sendo a mais
significativa a passagem de 3 para 4 torres, no brasão de armas, por
forma a lhe dar a característica de cidade.
Aprovado em
sessão camarária de 9 de Janeiro de 1997, o novo brasão de armas,
bandeira e selo do concelho de Câmara de Lobos vem a merecer, no dia
28 de Fevereiro, uma primeira aprovação por parte da Assembleia
Municipal de Câmara de Lobos. A 4 de Junho de 1997, obtém parecer
favorável, por parte da Comissão de Heráldica da Associação de
Arqueólogos Portugueses, após o que, a 27 de Junho de 1997 é aprovado
definitivamente pela Assembleia Municipal de Câmara de Lobos e a 9 de
Setembro de 1997 é publicado no Diário da República, III Série.
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