Capela de
São João Baptista
Folheando um pouco
as páginas da memória histórica camaralobense, encontramos referências
à existência de uma capela em honra de São João Baptista, no sítio do
Serrado da Adega, e que segundo a tradição, se situaria nas
proximidades da ribeira. Foi esta capela, ao que tudo indica, mandada
construir em 1700, por António Correia Henriques e sua esposa, D.
Maria da Câmara, tendo a sua dotação ocorrido a 17 de Julho do mesmo
ano.
Apesar de hoje, não existir, se
desconhecer o local exacto da sua construção e não se ter encontrado,
até ao momento, qualquer referência escrita relativamente ao momento
da ameaça de ruína ou da sua destruição, calcula-se que terá ocorrido
no início do século XIX.
Na sua edição de 22 de Dezembro
de 1886, o Diário de Notícias refere a propósito do aluvião ocorrido a
9 de Outubro de 1803 que em Câmara de Lobos, a Ribeira da Saraiva
levou uma ponte de Madeira e dois casais com sete pessoas e logo
abaixo, a cerca, claustros, cozinha, refeitórios e adega do convento
de São Bernardino e de que só ficaram a igreja e a casa dos Romeiros.
Se, como faz supor a tradição
popular, a capela de São João Baptista se situava à beira desta
ribeira e se é verdadeira a descrição publicada no Diário de Notícias,
com toda esta destruição verificada, uma pergunta logo se terá de
colocar: Que teria acontecido à capela de São João Baptista? Teria
nesta altura ficado em risco de ruína? Teria sido destruída, mas não
foi referenciada pela descrição? Teria sido destruída antes? Teria
sido destruída depois? Enfim são questões que, infelizmente, por
enquanto, permanecerão no campo da especulação.
Relativamente aos fundadores da
capela de São João, tudo leva a crer que correspondam, ele, ao filho
de João de Bettencourt Correia Henriques e de Antónia Castel-Branco e
nascido em Maio de 1657, e ela, a Maria da Câmara Val de Veço, filha
de Diogo de França de Carvalho e de Margarida de Sequeira.
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