Ferraz, Francisco Figueira
Proprietário e comerciante
natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, onde nasceu no
dia 8 de Setembro de 1860
[1], tendo falecido, aos 87 anos, na sua residência,
chamada de quinta do Estreito, no Estreito de Câmara de Lobos no dia
5 de Maio de 1948, sendo, contudo sepultado no cemitério das
Angústias, no Funchal, em cuja Conservatória do Registo Civil, foi
registado o óbito.
Era filho de Manuel Figueira Ferraz
e de Francisca Júlia de Barros. Casou, pela primeira vez, a 6 de
Agosto de 1875, aos 14 anos de idade, com Antónia Figueira Ferraz,
natural do Brasil, moradora ao sítio da Ribeira Fernanda, filha de
Manuel Figueira (Minéu) e de Vicência Pereira de quem teve:
1. Maria Mónica Ferraz e Silva,
casada com José Figueira da Silva, natural da Ribeira Fernanda,
freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, filho de
José Figueira da
Silva e de Vitorina Olívia Figueira, de quem houve:
2. Maria Cecília Ferraz e Silva,
que casou com Alberto da Veiga Pestana, de quem posteriormente se
divorciou, tendo falecido sem deixar descendência.
2. Maurílio Ferraz e Silva,
Eng. Agrónomo, natural de Câmara de Lobos (ou Funchal?), onde nasceu a
13 de Setembro de 1898, tendo falecido no Funchal, a 13 de Novembro de
1975. Casou com Maria Bluete Aguiar, filha de Clemente de Aguiar, de
quem houve descendência.
Francisco Figueira Ferraz casou
pela segunda vez, por volta de 1906, com Maria Emília Tavares Ferraz,
natural do Estreito, de quem teve seis filhos:
1. Ariete da Conceição Ferraz
Veiga França, casada com Salomão de Veiga França, de quem teve:
2. Jorge de Veiga França,
que casou com Maria Teresa Dória Monteiro.
2. Teresa Cecília Ferraz da
Veiga França, que casou com Fernando José Martins Ferreira,
natural de São Pedro, onde nasceu a 22 de Agosto de 1927, filho de
Aníbal Luís Ferreira e de Maria Beatriz Martins Ferreira, de quem
houve descendência.
1. Maria Eugénia Ferraz Duarte,
casada com Rui Resende Duarte
1. Eng. Francisco Augusto
Figueira Ferraz (1909-1969), casado com Alice Salete de Barros
Figueira.
1. Franklim Figueira Ferraz,
casado com Concepcion Garcia Garrete
1. Fausto Figueira Ferraz,
advogado, nascido em 10 de Outubro de 1910 e casado com Maria do Carmo Nolasco da Silva Ferraz de quem teve:
2. José Manuel Nolasco da Silva
Ferraz. Casou com Maria Inês e Silva Freitas da Fonseca Nolasco
Ferraz, de que houve:
3. Luís Manuel e Silva Freitas da
Fonseca Nolasco Ferraz. Casou com Maria Raquel Rodrigues Castro Nery,
de que houve:
4. João Luís Nery Ferraz.
2. Fausto Manuel da Silva Figueira
Ferraz. Divorciado e sem geração.
1. Fernando Figueira Ferraz,
casado com Ivone Montpernet Figueira Ferraz.
Foi o fundador da firma
vinícola F. F. Ferraz.
Conhecendo os vastos territórios do Brasil, de um a
outro extremo, foi um grande divulgador dos vinhos da Madeira, não só
no Brasil, mas também nos países da América Central, Antilhas e
Estados Unidos da América do Norte. A ele se deve o ter tornado
conhecido e reivindicado nessas localidades a fama dos vinhos
madeirenses. Introduziu também no Amazonas algumas hortaliças da
Madeira, peixe salgado e ainda outros produtos madeirenses.
O seu trato, franco e jovial, fê-lo conquistar imensas
simpatias não só na Madeira mas no Brasil, especialmente nos estados
Norte. Esta sua grande afinidade com o Brasil fez com que fosse seu
Cônsul na ilha da Madeira.
Proprietário de vastos
terrenos na freguesia do Estreito, onde possuía uma quinta, denominada
de Quinta do Estreito, foi, no seu tempo, um dos que mais se
interessou pelo desenvolvimento da freguesia. Em 1913 ele surge como
um dos principais, se não o principal defensor da alteração do
percurso da estrada Regional 101, uma vez que no seu traçado inicial,
tal via de comunicação, em vez de como actualmente cruzar o centro da
freguesia do Estreito, passaria unicamente no seu extremo sul. Segundo
Francisco Figueira Ferraz este facto traduzir-se-ia, em grandes
prejuízos para a economia da freguesia, dada a sua dependência das
vias de comunicação tanto para escoamento dos seus produtos, como para
abastecimento. Após muita insistência e algum debate na imprensa, onde
em confronto estavam, por um lado, o argumento das estruturas
governamentais baseado no acréscimo de custos que tal pretensão
acarretaria, para não a fazer e, por outro, o argumento dos
estreitenses, escudados em Francisco Figueira Ferraz, que viam nesta alteração de
percurso, uma oportunidade a não perder, no sentido do desenvolvimento
da freguesia.
Em 1924, lidera um projecto de
captação de água, para irrigar o concelho de Câmara de Lobos, mas que
não teria continuidade. Apesar de tudo, Francisco Figueira Ferraz, não
deixa de ter uma significativa importância em termos de abastecimento
de água tanto potável como para rega, às populações de Câmara de Lobos
e Estreito, uma vez que sendo proprietário de algumas nascentes, viria
a investir na sua captação e comercialização, tendo por clientes não
só largos sectores da população das freguesias do Estreito e de Câmara
de Lobos, mas também a própria Câmara Municipal.
Foi presidente da Comissão
Administrativa da Câmara Municipal de Câmara de Lobos entre 27 de
Fevereiro de 1919, data da sua tomada de posse e 9 de Junho de 1919.
Pela sua importância no desenvolvimento da freguesia do Estreito, a
Câmara Municipal de Câmara de Lobos, deliberou
atribuir o seu nome ao
arruamento que se estende entre o Pico do Rato e o Jogo na Bola e que
na maior parte da sua extensão atravessa, aquela que foi a sua maior
propriedade na freguesia do Estreito, a Quinta do Estreito.
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